quarta-feira, 14 de agosto de 2013

No Brasil: Luis FitzPatrick e os Gaiteros de Lume


Este post é dedicado ao mais novo vielista brasileiro existente - até onde eu sei, ao menos. De antemão devo dizer que a história do Luis é bem peculiar e incomum, já que a viela dele chegou por - palavras dele - desígnio divido ou sorte; portanto me parece bem oportuno escrever sobre ele no momento.

Luis vem de Burgos, na Espanha, e hoje integra a banda Gaiteiros de Lume, de Curitiba - PR. A banda toca um repertório tradicional de países de origem/influência celta de maneira (Galícia, França, Irlanda, Escócia etc), e o Luis faz sua parte mandando ver na belíssima gaita galega, motivo que o leva anualmente à Galícia para aprender e tocar com amigos. 

Belíssimo Trabalho do Xaime Rivas
Este ano, em teoria, tudo seguiria normalmente, e o foco de sua viagem seriam as aulas de gaita galega e irlandesa (Uillean Pipes), respectivamente na Galícia e na Irlanda. O que Luís não esperava, era voltar com uma viela de roda novinha em folha nas costas. Eu chamo isso de uma sorte do caralh%$ Dharma acumulado em MUITAS vidas. hahah

Segundo o gaiteiro, a viela de roda já era uma paquera de longa data em sua vida. Luís já a conhecia de vista (e de ouvido) através do grupo irlandês Planxty (o que é intrigante, já que o grupo só tocou UMA música com a viela em toda sua carreira) e da banda galega Milladoiro. Fora essas referências, Luis já havia visto a viela esculpida no famoso pórtico da Catedral de Santiago de Compostela, e sempre a considerou apaixonante e extraordinária.

Pois  bem, foi se dirigindo à Escola de Artes e Ofícios de Vigo para buscar um pito pastoril que ele havia encomendado a um professor/luthier da escola que a mágica da história resolveu acontecer: ao ouvir e seguir um som característico pelos corredores da escola, Luis se deparou com o (agora seu) professor e luthier Xaime Rivas da Costa tocando sua zanfona. Por sorte (e que sorte, porque como vocês sabem as pessoas às vezes esperam ANOS para conseguirem suas vielas), Xaime tinha um lindo instrumento prontinho para entrega, oportunidade sabiamente aproveitada pelo gaiteiro, que começou a estudar o instrumento diariamente.

Luis me disse que agora pretende montar um repertório que passe pela música galera, bretã, escocesa e irlandesa, e obviamente mal pode esperar para tocar sua viela nessa próxima etapa dos Gaiteiros, inserindo o instrumento no segundo CD da banda e claro, espalhando a magia da viela de roda lá no Paraná, onde outros vielistas já começam a surgir!

Tudo de bom ao Luis e aos Gaiteiros, e que essa roda gire muito!

Vielisticamente,

Rique